quinta-feira, 29 de abril de 2010

Para que serve sentir medo?


Fonte: O Globo, Jornal da Família. 26 de setembro de 2002

Para que serve o medo?
Para proteger: Ter medo é positivo quando ele é um sinal de precaução. Ter medo de se atirar num mar de ressaca violenta é proteger-se da morte por afogamento. Já o medo excessivo é paralisador e impede avanços diante de perigos superáveis. Vencer esse medo fortalece o sujeito, dando-lhe a sensação de vigor e coragem.

Para lidar com conflitos: Sentir medo e expressá-lo dá à criança um mecanismo para dominar seus conflitos. A angústia, antes sem nome e sem objeto, passa a ser nominada e localizada em alguém. É muito mais fácil fugir de um cavalo que morde do que fugir de uma angústia ou de uma ameaça.

É uma forma de expressão: As crianças que têm medo exagerado de cachorros, de subir escadas, de mar ou de piscina podem indicar, por exemplo, que o ambiente familiar em que vivem não está lhes dando segurança, especialmente segurança de ser amado e protegido. Nos casos mais graves, pais e filhos devem procurar ajuda de terapeutas.

Especialistas classificam os medos naturais das crianças de acordo com a sua idade:
Bebês recém-nascidos têm medo de estímulos intensos (como barulhos altos e súbitos) que interrompam a sua tranqüilidade.
Entre 5 e 9 meses, é natural que os bebês tenham medo de pessoas ou de situações não familiares.
Entre 2 e 3 anos, predominam os medos de animais. O medo do escuro costuma começar por volta dos 3 anos. A maioria dos medos infantis está relacionada a sentimentos de solidão e de desamparo.
Aos 8 anos, o medo da morte torna-se evidente, principalmente o medo da morte da mãe. À medida que a criança vai crescendo, os medos vão se relativizando e são discriminados entre perigos imediatos e distantes. A criança começa a perceber o quanto de imaginário e real existe em cada um de seus medos.
Na adolescência, predominam os medos relativos à forma corporal, às dificuldades intelectuais e ao desempenho sexual. Cabe aos pais tranqüilizar os filhos e evitar com o bom senso que uma apreensão natural se transforme em obsessão

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