Fonte: (apostila) Silvia Maria Graciosa e Solange Jobim e Souza
"Quando observamos as brincadeiras infantis, não duvidamos que, para as crianças, brincadeira é coisa séria. Por isso elas detestam ser interrompidas. Se isso acontence, reagem quase sempre ignorando a interrupção, às vezes irritadas ou até mesmo agressivas. (...)
Quando observamos crianças brincando numa praça, as primeiras impressões são de variedade e movimento. Umas correm, outras se balançam, conversam, disputam brinquedos, brincam em grupo ou individualmente. É comum vermos que a criança se sente desafiada pela habilidade com que a outra é capaz de subir no escorregador ou numa árvore. Observa a altura, a possibilidade de queda, e reflete se deve experimentar a mesma sensação de coragem, autonomia e satisfação do companheiro.
Assim, através da brincadeira espontânea, a criança mostra que é naturalmente dotada de criatividade, habilidade, imaginação, inteligência.
Então, qual seria a função da brincadeira na escola?
Cabe a você, educador, criar um ambiente organizado de tal forma que a criança possa explorar e desenvolver ao máximo estas características que lhe são próximas.
Todo o aprendizado que uma brincadeira permite é fundamental para a formação da criança em todas as etapas da sua vida. Através das brincadeiras a criança conhece melhor a si própria. Além disso, quando se relaciona com outras crianças ela experimenta situações de vida: competição, cooperação, coragem, medo, alegria, tristeza. Quer dizer, ela se socializa, compreende o que é ser ela mesma e fazer parte de um grupo.
A criança também adquire conhecimentos através da exploração de objetos que encontra no seu ambiente. Manipulando-os ela percebe suas propriedades físicas, ou seja, que há objetos redondos, quadrados, macios, ásperos, grossos, etc. Conhecendo as qualidades dos objetos, ela começa a compará-los e assim relaciona uns com os outros, por tamanho, cores, formas distintas, etc..
É a partir da manipulação dos objetos que fazem parte da vida da criança que ela adquire conceitos abstratos. Por exemplo, um objeto só é considerado "grande" quando comparado com outros "menores". A partir da compreensão de conceitos de tamanho, forma, cor, espessura, é que ela vai desenvolvendo seu raciocínio lógico, fundamental para o aprendizado posterior da matemática.
Manipulando objetos, conversando, contando histórias, dramatizando, as crianças utilizam a comunicação verbal. Desta maneira, ampliam sua linguagem, expressando-se e compreendendo melhor o mundo à sua volta.
(...) Mais que tudo, lembre-se: Brincar é a melhor expressão de vida da criança.
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